4. O QUE É A DTM E A DOR OROFACIAL?
Sintomas e tratamentos
Dor Orofacial, por definição, é toda a dor associada a tecidos moles e mineralizados (pele, vasos sanguíneos, ossos, dentes, glândulas ou músculos) da cavidade oral e da face. As condições clínicas mais frequentemente associadas a dor orofacial são dores de dentes e de tecidos periodontais, Disfunção Temporomandibular (muscular ou articular), neuralgias, tumores, trauma, tecidual, doenças autoimunes, etc. Usualmente ela pode ser referida da região da cabeça e/ou pescoço ou mesmo estar associada à cervicalgias, cefaleias primárias, fibromialgia e doenças reumáticas como artrite reumatóide.
5. O que pode sentir ou apresentar um paciente que tenha DTM?
1. Dor na região da face
2. Mudança na mordida de forma súbita
3. Piora da dor com o uso da ATM e/ou musculatura como mastigar
4. Limitação ou travamento de movimentação da mandíbula
5. Dor irradiada para cabeça, ouvido, dentes
Os pacientes podem ainda apresentar ruídos articulares, como estalos, estalidos ou barulho de “folha seca amassada”.
6. A DTM é uma condição comum na população?
Alguns estudos que mostram que entre 37,5% e 68,6% das pessoas apresentam ao menos um sinal ou sintoma de DTM. Contudo, verifica-se que a necessidade de tratamento na população adulta é estimada em 15%. Isso porque algumas pessoas apresentam sinais de DTM que podem ser considerados uma variação do estado normal. interessante salientar que no pós pandemia acreditamos que os pacientes que necessitam de tratamentos específicos em DTM e Dor Orofacial aumentaram consideravelmente.
7. Quais são as causas para DTM?
Antigamente acreditava-se que dentes desalinhados eram os maiores causadores de DTM. Hoje em dia sabe-se que não existe uma única causa isoladamente para DTM. Estudiosos costumam dizer que a causa é multifatorial. Isso porque envolvem fatores fisiológicos como anatomia; fatores sistêmicos como doenças reumatológicas, fatores genéticos, traumas, fatores psicossociais, etc. Todos estes fatores isoladamente ou em conjunto podem ser predisponentes, iniciantes ou perpetuadores de uma DTM. Um destes fatores é o bruxismo.
8. O que é bruxismo?
Bruxismo é o hábito de encostar, comprimir ou ranger os dentes. A forma mais recente de se classificar o bruxismo é pelo período em que ele ocorre, se durante o sono ou quando estamos acordados (vigília). Estudos recentes mostram o bruxismo em vigília cada vez mais comum na população e um dos maiores responsáveis por desgastes excessivo de dentes, dores de cabeça , fraturas em implantes,restaurações e prótese , entre outros.
9. Quais as principais diferenças entre bruxismo do sono e bruxismo em vigília?
O bruxismo em vigília é considerado um hábito parafuncional, como roer de unhas, morder objetos, hábito de mordiscar os lábios, entre outros. Normalmente o paciente permanece por períodos longos apertando ou encostando os dentes, principalmente em momentos de tensão, estresse ou até mesmo quando está concentrada lendo um livro, estudando, usando o computador ou assistindo TV. Por manter a musculatura em uma mesma posição por muito tempo, este tipo de bruxismo parece estar mais relacionado às dores musculares. O bruxismo em vigília pode também aparecer como efeito colateral de algumas medicações, sobretudo medicações utilizadas no tratamento da ansiedade; mal de Parkinson e outros problemas motores, o que não é tão comum.IO
O bruxismo do sono (BS) é considerado um distúrbio de movimento relacionado ao sono. Neste tipo de bruxismo é mais comum o ranger de dentes, o que não ocorre durante toda a noite, mas vem em crises, principalmente nas fases de sono mais leves.
O BS pode ser primário (não relacionado a nenhuma outra alteração) ou secundário a medicações como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (IRSS) (fluoxetina, paroxetina, venlafaxina, etc), mal de Parkinson, distúrbios respiratórios (ronco, apnéia), etc.
10. fui em alguns dentistas e tenho a mordida errada e os dentes tortos, isso seria o fator que faça com que eu tenha DTM?
Quando se iniciaram os estudos de DTM, acreditava-se muito na associação entre a oclusão dentária (forma da mordida) e os sinais e sintomas de DTM. Inclusive na minha especialização alguns professores eram bem inclinados para a área de oclusão. No entanto, após pesquisas que acompanharam pacientes ao por um longo tempo, percebeu-se que a mordida errada não é associada a DTM, ou seja, não é corrigindo a posição de seus dentes que você vai melhorar ou prevenir o aparecimento de uma DTM!!!
11. Então, se eu apresentar sinais e sintomas de bruxismo ou DTM, qual profissional devo procurar??
O profissional mais apto a diagnosticar e tratar não só a DTM como todas as dores orofaciais é o cirurgião-dentista, especialista em Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor Orofacial. No site do Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial (SBDOF) há um link onde você pode buscar os nomes dos especialistas em sua cidade. Existem faculdades e centros de ensino que oferecem também atendimento especializado.12. dor de cabeça e DTM, qual a relação?
12. Dor de cabeça é um sintoma de Disfunção Temporomandibular (DTM)?
Dores de cabeça fazem parte dos sintomas mais frequentemente relatados pelos pacientes com DTM. A dor de cabeça (cefaleia) afeta pessoas de todas as idades (54,2% adultos, 51% adolescentes e 24% idosos) e de ambos os sexos, sendo mais comum em mulheres.
Dor na cabeça pode ser um sintoma de DTM. Nestes casos a dor na cabeça pode ser em pressão, localizada nas têmporas, e do mesmo lado da DTM. Esta dor recebe a denominação de dor de cabeça secundária, ou seja, causada pela presença da DTM.
Entretanto, é muito comum que o paciente apresente dor de cabeça primária (quando a dor de cabeça é a própria doença) e DTM. Existem vários tipos de dor de cabeça, os mais comuns na população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, são: migrânea (15,2%), cefaleia tensional (13%) e cefaleia crônica diária (6,9%).
A migrânea, mais conhecida como enxaqueca, é uma dor que afeta normalmente a metade da cabeça, piora com esforços físicos e, além da dor, os pacientes costumam apresentar outros sintomas durante a crise: intolerância à luz (fotofobia), obrigando o indivíduo a procurar locais escuros para seu conforto; intolerância a ruídos (fonofobia), de forma que o paciente se afasta dos locais ruídosos; e intolerância a odores (osmofobia). Outros sintomas frequentes são náusea e vômito.